quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia da Poesia

Hoje é o dia da Poesia. Ontem, vi no JN que está acontecendo uma exposição sobre Fernando Pessoa em Lisboa, então, escolhi este poema, bem conhecido dele que, atualmente, está me inspirando muito. Afinal, acredito que minha alma está longe de ser pequena. E todas as minhas decisões estão valendo tanto a pena.


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!


Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.


Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


E falando em alma, tem outra poesia para vocês.

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO


Não sei quantas almas tenho. 
Cada momento mudei. 
Continuamente me estranho. 
Nunca me vi nem acabei. 
De tanto ser, só tenho alma. 
Quem tem  alma não tem calma. 
Quem vê é só o que vê, 
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo, 
Torno-me eles e não eu. 
Cada meu sonho ou desejo 
É do que nasce e não meu. 
Sou minha própria paisagem; 
Assisto à minha passagem, 
Diverso, móbil e só, 
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo 
Como páginas, meu ser. 
O que segue não prevendo, 
O que passou a esquecer. 
Noto à margem do que li 
O que julguei que senti. 
Releio e digo :  "Fui  eu ?" 
Deus sabe, porque o escreveu. 


PARABÉNS A TODOS OS POETAS QUE  TRANSFORMAM VIDAS EM POESIAS.

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