terça-feira, 24 de setembro de 2013

O que mais te assusta?

Sempre disse que meu maior medo é ter medo de muitas coisas. 
Meus medos são bem esquisitos. Tenho medo de palhaço, de cachorro, de cobra, de lugares escuros e silenciosos. Acho que é normal ter algum medo. Tem gente que treme na base só de pensar em morrer.

Bom, entre os meus tantos medos, resolvi falar sobre um: a solidão.
Sempre me senti muito sozinha, carente etc. Mas a solidão que eu tenho medo é aquela no fim da vida. Não tenho medo de morrer. Até porque, de acordo com minhas crenças, vamos para um lugar melhor, quando morremos. Tenho medo de esperar, sozinha, que a morte chegue. Passar os últimos dias da minha vida olhando a rua por uma janela.


Não faz muito tempo que eu tinha planos de terminar a faculdade, fazer especializações, ser uma profissional cada vez melhor, ter uma estabilidade financeira (porque, é como dizem, se dinheiro não traz felicidade, me dê o seu dinheiro e seja feliz) e, quem sabe, adotar um cachorro.
Então, comecei a me perguntar: Tá! Mas vou dividir esse meu conceito de felicidade com quem? Nunca acreditei em felicidade plena, mas em momentos felizes e, geralmente, existem mais pessoas envolvidas nesses momentos.

Então... Há um tempo, ouvi falar de um guri. E vou te falar: mesmo sem conhecê-lo, eu não gostava muito dele. Porém, em maio deste ano, tive a oportunidade de conhecer melhor essa pessoa e, claro, ficamos amigos. Muitas conversas, gostos em comum, ideias parecidas e outras totalmente diferentes. Papo vai, papo vem. Começamos a namorar.

Hoje, nesta terça-feira chuvosa, posso dizer que estou vivendo momentos de felicidades. Quando a gente começa a gostar de alguém, tudo muda. Inclusive alguns de nossos pensamentos. A primeira frase “bobinha” que mandei pra ele foi do Vinicius: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

Pode ser que amanhã ou depois (tanto faz se depois for nunca mais – Nenhum de nós) eu não esteja mais com ele. Pode ser que passe uns 50 anos e eu esteja numa cadeira de balanço ao lado do meu velhinho rabugento. Uma coisa é certa: futuro é incerto.

Mas, finalizando com a questão dos medos, eu tenho medo de morrer sozinha. Afinal, meu plano de vida não reservava nada pra mim depois de ter um cachorro.


E é tão legal ter alguém para compartilhar suas emoções, frustrações, alegrias e tristezas. É tão legal ter alguém que faça carinho na sua mão (minha mãe fazia quando eu era criança). É tão legal ter alguém que te ache linda mesmo quando você está horrível. Enfim, é tão legal ter alguém ao meu lado que eu acho que, a cada minuto que passa, eu tenho ainda mais medo de morrer “forever alone” porque agora eu sei o quanto é legal não ser sozinha.



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"eu tenho medo de cobras, eu tenho medo do escuro e eu tenho medo de te perder" - De fé - Humberto Gessinger. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

“Sem pressa e para sempre” – Humberto Gessinger


Alguém te adicionou numa rede social.

Você aceitou.
A conversa começou.
As coisas em comum apareceram.
As diferenças mais ainda.
O tempo passou.
Aconteceu um encontro.
A fulana estava numa vibe diferente de tudo.
O fulano pouco se importou com a fulana.
Mais uma passagem de tempo.
O fulano pede conselhos pra fulana.
A fulana chuta o balde nos conselhos.
A fulana aparece no serviço do fulano.
A fulana encontra o fulano numa festa infantil.
A fulana está na v1d4 10k4.
Uma semana passou.
O fulano convida a fulana pra fazer alguma coisa.
O fulano vai pra um lado e a fulana para outro.
A fulana se decepciona com a noite.
A fulana fala com o fulano.
O fulano a busca num lugar escondido.
Um filme na TV.
Muitos alucinógenos na cabeça.
Um beijo. Dois beijos. Três, quatro, cinco, seis horas da manhã.
A fulana pensa que o fulano não vai mais falar com ela.
Mais uma semana passa.
A fulana pensa no fulano.
Alucinógenos, cerveja, loucura.
Os dois se encontram em uma festa.
Detalhes esquecidos pela fulana.
Fulana entende que Fulano é alguém especial.
Mais um beijo. Quatro, oito, onze horas da manhã.
A situação fica complicada em outro lugar.
Mais uma semana.
O convite para um passeio especial.
Um domingo divertido.
Mais uma semana.
Fulano insiste para Fulana passar o fim de semana.
Fulana decide ir.
Três cervejas, um pedaço de pizza.
Um livro na estante.
O livro marcado com um pedido especial.
“Sem pressa e para sempre.”
O cabeludo ajudou o Fulano a conseguir a Fulana.
Algumas horas passam.
E a resposta aparece de forma tímida num sete de setembro.
E assim, sem pressa, começa uma história de amor, carinho, respeito, confiança e muitas risadas.
Para sempre? É só questão de deixar o tempo passar.

Sem pressa!