Eu vi uma lagarta caminhando na janela. A minha primeira reação foi pegar o chinelo para matá-la. Mas, aconteceu uma coisa inacreditável: a lagarta sorriu para mim. Começamos uma conversa fantástica. Ela me contou que estava de passagem por essa vida, que aqueles eram seus últimos momentos. Ela falava das coisas que havia feito. Nossa! Quanta bagagem! Muitas aventuras, pelo visto. Ela errou, acertou, perdeu amigos e ganhou outros mais. Aprendeu quais pessoas mereciam ser valorizadas. Aprendeu que nem tudo saia como ela queria, mas, que tudo acontecia como tinha que ser. A vida era uma caixinha de surpresas e tudo depende apenas de nós mesmos. A lagarta me disse que devemos nos amar para sermos amados. Devemos fazer tudo o que queremos que façam por nós. Devemos viver livre, mas, respeitando os demais. A Lagarta era muito sábia. Arrependi-me pensar em matá-la. Eu sujaria minhas mãos e minha consciência e ainda por cima, não teria aquela conversa maravilhosa. Estava admirando a beleza daquele bicho, quando percebi que ela estava querendo se despedir. Então, a lagarta começou a falar coisas tristes, como se aquela fosse realmente a última conversa de sua vida. E quando eu menos esperava um casulo a envolveu. Nossa, meus olhos se encheram de lágrimas, mas lembrei do que a lagartinha me disse: tudo acontecia como tinha que ser. Deixei-a ali uns dias. Sempre a visitava. Era o momento em que eu me encontrava com meus pensamentos. Aprendi a dialogar comigo. Até que um dia aconteceu uma surpresa. Uma linda borboleta abriu o casulo e saiu voando. Só me lembro das suas últimas palavras: liberte-se. Suas asas te levarão para alcançar os seus sonhos. E se foi, deixando em mim uma nova pessoa.
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