Há muito
tempo, em um reino não tão distante, existia uma princesa que sofria uma
terrível maldição: estava condenada a viver com um espelho mágico. Embora haja coincidência
com a história da Branca de Neve, esse espelho não era igual ao da Madrasta Má.
O espelho da nossa história era vil, mentiroso e adorava estragar com a vida da
nossa princesa.
Desde
criança, a princesa sofria “nas mãos” no espelho. Ele tinha prazer em estragar
todo e qualquer sentimento existente na princesa. Se ela dizia que era bonita,
ele desmentia. “Você é um ser horrível! A sorte que não sai de casa. Quem é que
quer ver uma aberração dessas?”.
O espelho
era muito cretino.
O tempo foi
passando, a princesa crescendo e seus pensamentos ficando cada vez mais confusos.
Ela acreditava que não existia amor e amizade, acredita que era horrível e que
a sociedade nunca a aceitaria. Ela era uma aberração.
Mas, como
toda história tem um final feliz (ou pelo menos, a gente tenta fazer um), um
dia, numa bela manhã, a Princesa acordou e viu um raio de sol entrar pela
janela, iluminando melhor o seu quarto. Ela viu um brilho escondido atrás do
roupeiro e foi conferir o que era. Era um objetivo que ela não sabia
identificar direito. Tinha uma imagem de uma jovem que se mexia conforme a
princesa se movimentava. Ela estava fascinada. Aquela imagem era muito bonita.
Ela pensava: “Como esta moça é linda!”
Como seu “amigo”
tinha mais experiência, ela levou o objeto para ele dizer o que era aquilo. O
espelho malvado viu aquilo e disse que não tinha nada ali, apenas uma moldura.
A Princesa ficou incrédula: “Como assim? Você não vê a imagem da moça se
mexendo?”
O espelho
malvado afirmava que tudo não passava de um devaneio da princesa e disse que o
melhor a fazer era se livrar do objeto.
A princesa
seguiu para a dispensa do castelo quando encontrou uma nova criada. Sorrindo, a
serviçal questionou a Princesa: “Você gostou do presente que eu deixei em seu
quarto?”
Agora sim. A
confusão mental da princesa era total.: “Presente? Meu amigo disse que isso só
me fará ficar pior. Eu nem sei o que é esse objeto.”
A criada, continuou
alegremente, a falar: “Não, não. Esse objeto não lhe fará mal algum. Se me
permite dizer, o que a proíbe de ser feliz é esse seu amigo. Não acredite nele.
Você verá o quão maravilhosa você é sem ele. Tente se libertar dele e tudo
ficará bem. Deixe o objeto comigo e eu lhe entrego mais tarde.”
A Princesa
ficou aquele dia inteiro refletindo as palavras da jovem criada. Seu amigo lhe
faz mal? Não pode ser verdade. O tempo passou e a Princesa começou a se afastar
daquele espelho malvado. Quanto mais se afastava, mais coisas boas elas sentia.
Um dia, ela
resolveu falar com sua serviçal: “Fiz o que você disse e hoje me sinto melhor.
Agora, podes me dizer que objeto era aquele que um dia você me deu? Não consigo
tirar aquela imagem dos meus pensamentos. A moça que estava desenhada tinha
feições tristes mas, era muito bonita.”
Alegre com a
mudança da princesa, a criada lhe disse: “Olhe através dele. Hoje a moça não
está mais triste e está ainda mais bonita. Isso porque essa moça que você vê,
na verdade, é você mesma. E este objeto é um espelho.”
Incrédula, a
princesa disse: “Não pode ser verdade! O meu espelho sempre me disse que eu era
uma abominação”.
A criada,
continuou: ”Às vezes, é mais confortável e fácil acreditar nos outros do que em
nós mesmos. Você é isso mesmo. Bonita, alegre, inteligente e feliz. Passou
muito tempo tentando agradar apenas aquele espelho maldito. Mas, comece a acreditar
que você tem muitas qualidades e que você tem que fazer as coisas por você e
não para agradar os outros.”
Seguindo o
conselho da criada, a princesa começou a se perceber de outra forma. Começou a
se amar, a cuidar de si e a fazer as coisas por ela, sem tentar agradar os
outros e, após jogar aquela maldição de espelho no lixo, ela viu o quanto
poderia ser feliz.