terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A menina do final da rua


No final da minha rua tem uma casa velha e sombria onde mora uma garota muito estranha. Ela é simpática, educada e inteligente, mas é muito tímida. Não! Acho que ela é reservada. Não a vejo  com outras pessoas, nem saindo para passear. Ela tem até um aspecto anêmico, deve ser de tanto ficar trancada em casa. A impressão que eu tenho é que é uma guria muito solitária. Acho que ela não tem amigos. Eu até gostaria de uma aproximação, mas os vizinhos dizem que não é fácil manter contato com ela. Dizem também, que a casa em que ela vive parece mais um barraco abandonado, pois não se ouve nenhum barulhinho que venha da casa. As crianças mais jovens têm medo de chegar perto da casa no final da rua. Dizem também, que a menina é um fantasma. Ora! Que bobagem, um fantasma. Pobre menina. Tão indefesa e inofensiva e virou motivo de lendas e crendices para a comunidade. Coitadinha da guria e seu único pecado foi se excluir do pessoal da rua, da escola e da sociedade e não aceitar a minha amizade.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A vida é um doce.

“.. Doce, doce, doce,
A vida é um doce,
Vida é mel,
Escorre da boca,
Feito doce,
Pedaço do céu..”



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A vida é doce, é claro que é. Mas, para ser sincera, eu acredito que vida é um chocolate.
Chocolate é tão bom, seja ele branco ou preto.  As pessoas são boas, indiferente de sua cor física. O chocolate pode fazer mal para a gente, se consumido em excesso, ou para quem tem enxaqueca etc. As pessoas, também podem ser más, apesar de que somos, teoricamente, iguais. Mas, por que estou falando de pessoas? Se eu afirmei que tenho a crença de que a vida é um chocolate? É que não existe pessoa sem vida, não é? (existem os cadáveres, mas não são mais pessoas, só matéria em decomposição). Então, a vida é um chocolate. As pessoas com vidas são chocolates.  A vida pode ser amarga, para alguns. E alguns chocolates podem ser amargos. Mas isso é uma questão de gosto (a amargues do chocolate e não da vida). A vida é um chocolate. Seja ele branco, preto, com “mistura”, quente, gelado, sólido ou derretido.  Seja ele doce ou amargo. A vida é um chocolate lambuzado nas mãos e na face de uma criança. Aliás, crianças adoram chocolates, porque são elas que mais sabem aproveitar a vida.





Um domingo, uma janela.

Um domingo ensolarado.
Uma fotografia perfeita.
Aqui da janela, eu consigo ver o menino jogar bola.
A menina brincando com sua boneca.
Consigo ver a “vózinha” tricotando.
Aqui dessa janela, nesse domingo ensolarado,
eu consigo ver as folhas voarem com o vento.
E consigo ver a tranquilidade desta cidade.
Eu consigo ver tudo da minha janela.
Consigo ver, inclusive a felicidade das pessoas.
Tão amadas por quem está em sua volta.
Aqui nesta janela, eu consigo perceber
o quanto o mundo se parece bom.
Mas, eu não consigo me imaginar
sendo observada por alguém
numa janela,
num domingo ensolarado.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Parado, parou.

Tudo está parando agora.
O tempo, o vento, a vida e a história.
O amor nos corações mais calorosos.
A felicidade nos sorrisos mais sinceros.
Tudo parou agora.
A criança no parque, com suas brincadeiras.  
O senhor, velhinho e sua bengala companheira.
A igreja, o padre, a missa e a freira.
Tudo está parado agora.
E a hora talvez não venha a passar
E meus pés insistem em não mais caminhar.
Até que isso tudo comece a se movimentar.
E tudo pifou.
O relógio parou.
E a vontade acabou.
E eu já não sei mais o que fazer.
Nem sei por onde começar
A procurar as pilhas que fazem esse mundo girar.

Liberdade

Sinto - me um passarinho,
Que voa livremente
Sem cordas
Sem correntes

Oh! Passarinho
Que habita minha alma
Sabe que só agora
Estou em calma

Posso dizer- lhe, passarinho
Que este é um começo
De uma nova vida.
Uma vida,
que nunca vivi.

Métrica, ritmo, rima


Poderia escrever várias coisas aqui,
E várias acolá,
Poderia encher de palavras várias páginas
Letras d  e s  co m pa ssa   d a s,
Sem ritmo
Dançando uma balada na folha
Onde cada verso
Inventa seu passo.

Poderia encher seus olhos de lindas escritas
Milhões, trilhões, zilhões
Termos dispostos sem rima
Destruir o encanto da poesia
Que considero a maior obra – prima.
E de repente, não mais que de repente.
Viver por ai contente,
Escrevendo versos
Estribilhos, estrofes, rondós
Escrever desesperadamente
Fazer versos tetrassílabos
Pentassílabos
Alexandrinos.
Sem saber ao menos a métrica em um soneto

Mas, toda essa complexidade.
Confunde demais essa pobre aprendiz.
Prefiro escrever meus versos livres e brancos.
Escrever os versos que sempre fiz.


Onde andará?

 
Por onde andará aquela menina
Que atravessava a cidade
Em longos e rápidos passos?

Aquela menina que estragava suas mãos
Esfregando paredes encardidas
Na tentativa de ser alguém mais independente

Aquela menina que se preocupava com a sua beleza
Era vaidosa.
Vivia bela.

Aquela menina que sonhava ser alguém na vida.

Onde estais, menina querida?
Será que estais adormecida?
Ou realmente, estais falecida?
Junto com tudo aquilo
Que um dia, eu sonhei pra minha vida.


.


Tenho tanta coisa pra dizer, tanta coisa pra falar, escrever, desenhar. O problema, talvez, seja por onde começar. Do começo, ou do final? De uma frase ou uma palavra? Negação ou afirmação? Poesia, conto ou canção? Eu quero dizer, mas de uma maneira criativa, de uma maneira diferente de tudo o que já foi visto, mas, dizer o que? Que eu vou tocar as estrelas com a ponta do meu dedo? Ou que Deus me chamou para brilhar mais do que todos os seus anjos? Eu sinceramente não sei. Só sei que tenho essa necessidade de dizer, de falar, de escrever, de comunicar.

Princípe encantado

Tenho medo que tudo seja mais uma ilusão e que o amor que alimenta minha alma, acabe sem nenhuma explicação. E essa quimera que viemos cresce a cada dia. Só nós sabemos o que vivemos, ou eu sei. E por isso, tenho medo de te perder.
Perder tua fala, tua ação. Perder teu coração. Você não percebe, mas nos pertencemos mesmos sem nos conhecer. Somos alma-gêmea. Você é quem habita meus pensamentos. Só tu me completas. E eu preciso dos teus abraços, beijos e palavras de amor. Você habita meus sonhos, você e seu cavalo branco.

O suicídio da carocha (parte 1)

Voe carocha.
Busque a felicidade perdida.

Siga a luz que te conduz
Para o começo do túnel
Início de uma nova vida.

Agora,
Ninguém mais te enfraquecerá
E não há mais certo ou errado
Não há mais verdade ou mentira
Não há mais riso ou choro
Não há mais nada
Tudo está perdido.

Exceto,
O caminho que te leva
Ao lugar desconhecido.

15/11/2007



Um dia.

Um dia a gente cansa
De carregar a nossa grande herança
De estocar fatos na lembrança
E de pensar nos nossos sonhos de criança.
Um dia a gente alcança
Pois, perdemos tudo
Menos a esperança
Pois, a vida é uma árvore que balança
E acompanhando o ritmo do vento
Ela dança.

Torneiras de asneiras?


Tenho textos prontos e bem estruturados. Assim, como tenho porcarias bem feitas e mal acabadas. Gosto de sair um pouco desse padrão que muitos costumam ter. Eu gosto de fazer algumas coisas do meu jeito. Minhas palavras, minhas frases, meus textos. Meu jeito de escrever. Isso não quer dizer que eu vá escrever “pobrema”. Não. Eu amo muito a gramática para cometer um crime assim, tão cruel. Eu gosto de neologismos. Isso, sim. Gosto de criar coisas novas. Por isso me sinto parecida com a Emília, bonequinha de pano do Sítio do Pica-Pau Amarelo (Monteiro Lobato). Ela adora que todos apreciem as palavras vindas de sua torneirinha de asneiras.